Foste tuuuuuu :p Mas tu és mais "Haja o que houver" e "O Pastor" e eu é mais "Alfama" e "A Vaca de Fogo" :p Logo bora mais um "ensaio da banda" LOL ? (somos tão melhores que os Madredeus!)
Revascularização do miocárdio || quarta-feira, maio 14, 2008
Há momentos na vida de suspensão da alma. Quando cada pedacinho do teu corpo flutua bem acima do que é razoável e te transporta para a plataforma daquela felicidade utópica que pensas não existir. E é nesses momentos que devemos guardar as palavras certas que teimam em não sair pelo entorpecer do corpo. Sentir a plenitude da felicidade, verem-na à vossa frente quererem tocar-lhe e finalmente chegar. Hum… que toque macio. Vamos sorrir até chegar amanhã. E o que é o amor? O amor é um beijo, o primeiro beijo quando as almas ficam ligadas e o peito enche daquilo a que chamam amor, o toque, o abraço, sentir o seu cheiro, o silêncio de dois corpos entrelaçados que se amam, amor és tu. São nesses momentos que deveriamos erguer a cabeça e deixar-nos ir, não sei bem para onde, mas ir. Flutuar até um lugar deixar a luz acessa e parar no tempo. E é então que fico quieta e ouço. Escuto o silêncio que paira a minha volta, dou por mim a sorrir. Não chamarei de utopia, apenas se foram as dúvidas e essas coisas equivalentes às incertezas que temos perante o amor. Fui vítima desse meu desejo que se alastrava pelo corpo, enchendo-me a alma de sonhos e ingenuidade. Quero mais o sabor a nós. Deitar-te em mim para amanhã acordar contigo. E continuo no fulgor da madrugada, onde ouço e vejo de tudo, mas nada me chama a atenção. Gosto desta insanidade. Um grito absurdo, proveniente do abismo. Quem sou eu? Senão um borrão de tinta em papel.
Eish... isso do menosprezar a minha abordagem ao amor por causa da idade era escusado. Óbvio que amor é bem mais que isso mas apenas quis abordar o lado físico, humano da coisa. O amor transmitido pela simplicidade do toque, o transpor para outra pessoa o que de mais puro e intenso temos dentro de nós e ao mesmo tempo aquele fulgor que nos assola o peito. Amor para mim é por quem o peito sente, aquele amor que nunca se vai sentir por mais ninguém porque cada amor não é igual a outro e o de verdade apenas é sentido uma vez. Por muitos amores que apareçam apenas um vai ser o principal, aquele que nos vai assombrar sempre a memória e que vamos lembrar sempre com saudosismo, o mais marcante, o "amor de vida" Aqui me acabo senão perderia-me durante horas neste tema
A minha cabeça levita na brandura do turbilhão que o peito sente. Hoje o meu peito está assim cheio de tudo, nervosismo nas veias que me fazem respirar pausadamente a cada sinal de vida. Sinto o meu corpo algures que não aqui. Ouço e acalmo. Breves sopros da minha alma...
Apetece-me escrever. Soltar palavras ao calhas, suspirar emoções perdidas nos cantos obscuros da alma. Ah… as palavras e a alma, correm de mãos dadas pelas ruas ocas de corpos vazios. Não sei bem o que as liga, só sei o que serão. Deixo-me envolver, respiro, parei no tempo. Um tempo que dispunha de silêncio e de um vazio acusador. Estou a flutuar em emoções letárgicas, bebi o copo da objectividade, esqueci-me do choro, do riso, de olhar. Pousei a caneta, perdi-me não volto a escrever, disse. Arrogância errática que gesticula freneticamente tentanto alcançar palavras que já não saiem com a facilidade de outrora. Já não me sei escrever. De um momento para o outro esqueci-me de como se fazia, das formas, das horas, das pessoas. As gargalhadas espontâneas evaporaram-se no ar. Foram-se os momentos, aqueles que saboreava com o melhor dos sorrisos na cara. Quero saber o que é o amor na sua real essência. Libertar-me de sensações exteriores, prender-me ao momento, apenas. Em toda a sua plenitude. Estou viciada em fundos abstractos para além da razão. Não me sei ser banal e quero o especial, sempre. Esvazio a alma de preocupações. O coração bombeia reflexões de sarjeta, aquelas exortações que consomem sempre um pedaço de nós. Não consigo entender esta necessidade, esta limitação do espaço próprio, a partilha do mesmo espaço, a partilha do mesmo corpo. Um só corpo, duas almas. Ou uma só alma em dois corpos? Não sei qualificar a quantificação física do que está para além dos fragmentos. Balbuciar e nada mais é o que faço enquanto ouço o som do silêncio. Arrisco-me a repetições tendenciosas mas é durante esse tempo todo, que vou tomar conta de mim, guardar-me num lugar seguro, esperar que a chuva passe, para que eu possa redescobrir-me. Não me posso deixar em aberto. Cortem a minha veia lírica até que o ruído da rebocada se finda atrás de mim, até que o saco lacrimal seque. Vejo o negro que assola o semblante do meu rosto, é a tristeza a entranhar-se para me prender os movimentos. A caixinha permanece envolvida a pó, o velho alfineteiro continua dentro dela imune ao toque até que o toque seja puro, verdadeiro. Acabo-me em sonhos. Não importa são eles que me fazem sentir viva. Fim.
Esquecida,
em cada dia que passa,
nunca mais revi a graça
dos teus olhos
que amei.
Má sorte, foi amor que não retive,
e se calhar distraí-me...
- Qualquer coisa que encontrei.
Pearl Jam-Black
All the love gone bad
Turned my world to black
Tattooed all I see, all that I am, all I'll be...yeah...
Uh huh...uh huh...ooh...
I know someday you'll have a beautiful life, I know you'll be a star,
In somebody else's sky, but why
Why, why can't it be, oh can't it be mine...
We belong
We belong
We belong
We belong together
Together...