Simplesmente Maria

E depois veio o silêncio. || sexta-feira, julho 13, 2007

Guardado numa caixa velha está o meu coração. Nessa caixa fui pintando os meus sonhos a cor-de-rosa juntando aos poucos um lindo azul celeste. A caixa no começo era muito bonita e colorida, com o tempo foi ganhando pó por estar esquecida, no quarto branco de vazio.
Um dia abri o quarto, outrora encerrado aos olhares curiosos, para que pudessem entrar e encontrar a caixinha pousada em cima de uma mesa redonda no centro do quarto de luz média e cheiro a mofo.
Vários olhares quiseram vê-la, entravam no quarto, respiravam o ar escuro e olhavam para ela. Apreciavam o seu formato, a sua cor, sentiam o seu aroma, voltavam a colocar a caixinha na mesa e saíam do quarto sem nunca a terem aberto.
Todos os dias novos vultos passeavam pelo quarto onde estava a pequena caixa e nenhum se interessava em ver o que ela continha, apenas repetiam os olhares tediosos sobre a forma da caixa, as suas cores e espessura.
Fechado, o pequeno coração gritava para que alguém o abrisse e descobrisse o que tanto queria mostrar. Dentro dele estão pequenas cartas que escrevo sem serem lidas.
Linhas cheias de palavras em espaço vazio.
Ninguém as lê, ninguém as sente nem as percebe.
Apenas são frases cheias de palavras abandonadas porque ninguém as quer.
Alguém percebe?
Risadas, arrogância, Maria.

--Maria Simplesmente Maria-- 23:16

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17 Comentários

By Ricardo Fonseca, at 14 julho, 2007 12:47

Alguém vê?

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By Maria Strüder, at 14 julho, 2007 13:02

Vultos

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By makoka, at 15 julho, 2007 09:41

nunca ninguém quer ver...

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By Casemiro dos Plásticos, at 15 julho, 2007 20:10

e sabes pq?

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By astuto, at 15 julho, 2007 20:13

Eu vejo aranhas gigantes...

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By Maria Ostra, at 15 julho, 2007 20:18

Há palavras que são só nossas...

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By Maria Strüder, at 15 julho, 2007 20:49

Alguém percebe?
Risadas, arrogância, Maria.

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By Maria Strüder, at 15 julho, 2007 21:57

E para vos comer mais a cabecinha só tenho a dizer que este post não é sobre amor muito menos relações amorosas é sobre outra situação que se passa neste mesmo blog...
Sou tão "cutxi-cuxti"

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By Maria, at 15 julho, 2007 22:14

Li o teu post ao som de Baker Street de Gerry Rafferty...

...very blue...

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By Maria, at 15 julho, 2007 22:15

...but full of hope...

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By Sara, at 16 julho, 2007 14:30

A nossa Caixa de Pandora é sempre muito mais difícil de abrir quando temos medo de dar a chave a alguém, não é?

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By Unknown, at 16 julho, 2007 19:00

Fizeste-me lembrar a caixa do mulholland drive...

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By Corruptor, at 17 julho, 2007 12:47

É muito à frente. Não cheguei lá.

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By Anónimo, at 17 julho, 2007 16:09

Como andas com a mania dos Ornatos toma lá
Capitão Romance

Não vou procurar quem espero
Se o que eu quero é navegar
Pelo tamanho das ondas
Conto não voltar
Parto rumo à primavera
Que em meu fundo se escondeu
Esqueço tudo do que eu sou capaz
Hoje o mar sou eu
Esperam-me ondas que persistem
Nunca param de bater
Esperam-me homens que desistem
Antes de morrer
Por querer mais do que a vida
Sou a sombra do que eu sou
E ao fim não toquei em nada
Do que em mim tocou

Eu vi
Mas não agarrei

Parto rumo à maravilha
Rumo à dor que houver pra vir
Se eu encontrar uma ilha
Paro pra sentir
E dar sentido à viagem
Pra sentir que eu sou capaz
Se o meu peito diz coragem
Volto a partir em paz

Eu vi
Mas não agarrei

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By Anónimo, at 17 julho, 2007 16:13

Ramalhão (não assinei)

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By Maria Strüder, at 17 julho, 2007 16:56

Milagre!
Até que enfim que você se dignou a comentar o império!!
Essa música é bem do meu agrado obrigado minha "queriduxa"

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By Capitão Merda, at 18 julho, 2007 11:44

Uma rapariga tão jovem tem o coração numa caixa velha?!

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17 Comentários

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